terça-feira, 22 de novembro de 2011

Defeitos do vinho: odor a rolha parte I


               O odor a rolha (ou gosto a rolha) é um problema de grande importância para o vinho. Desde as primeiras observações, datando do início do século XX, ele é associado com o desenvolvimento de mofos, que podem ocorrer já nos sobreiros, nas chapas de cortiça ou nas rolhas em si. 
               As espécies de mofo que prevalecem na cortiça são conhecidas por sua capacidade de armazenar energia para posterior crescimento em substratos não facilmente degradáveis. Durante a decomposição das longas cadeias carbonadas da cortiça são formados muitos intermediários voláteis, que são solúveis em álcool. Diferentes compostos são produzidos de acordo com a cepa do mofo e as condições sob as quais esse se desenvolveu. 
               O problema do odor a rolha é muito complexo. É recomendado prevenir o excesso de umidade e altas temperaturas, que facilitam o crescimento de fungos em todos os estágios de fabricação das rolhas. Há vários processos de estabilização e esterilização propostos, como tratamentos químicos e radiações esterilizantes. 
               Entretanto, esses métodos somente serão eficientes em proteger rolhas que não tenham sido previamente contaminadas. Observações iniciais levam a diferenciar o ‘verdadeiro odor a rolha’ dos ‘cheiros de mofo’.
               Felizmente, o odor a rolha verdadeiro é muito raro. Produz um odor pútrido muito desagradável que dá ao vinho um caráter nauseabundo. Sua origem é certamente relacionada com a cortiça, mas a causa real é desconhecida. Pode afetar todos os tipos de vinho engarrafado e arrolhado, independente do preço e do nível de qualidade.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A Origem da Rolha de Cortiça - Parte II


                     Em cultivos comerciais o sobreiro é plantado em consórcio com o pinheiro. As duas árvores são plantadas a uma distância pequena, favorecendo assim a competição entre ambos pela luz solar, estimulando o sobreiro a crescer de forma mais ereta. Após alguns anos os pinheiros são cortados e os sobreiros podem então crescer em diâmetro.
                    A extração ocorre entre os meses de maio e agosto (verão na Europa), sendo que a temperatura ideal situa-se entre 20 e 25ºC. A umidade ideal da cortiça para rolhas deve ser de 6% (de 4% a 8%). A estocagem das rolhas deve ser em ambiente com temperatura de até 25ºC e umidade de cerca de 60%. O fabricante Amorim recomenda que a compra de rolhas pelas vinícolas seja feita de forma planejada, para que não fiquem excedentes dentro da empresa, pois as condições de estocagem podem não ser ideais, prejudicando o vinho engarrafado com contaminações que podem ser evitadas.

                    As rolhas de cortiça para vinhos tranquilos podem ser marcadas a fogo ou com tinta alimentícia. As destinadas a vinhos espumantes e Champagnes são sempre marcadas a fogo. As rolhas de espumante tem um calibre maior, pois precisam resistir à pressão do líquido. Também por este motivo, são feitas de aglomerado de cortiça, com duas lâminas de cortiça natural que ficam em contato com o vinho. As rolhas de cortiça podem ser de diferentes categorias: natural, aglomerada, colmatada.

                    A tampa screw cap teve origem na Suíça, nos anos 1950. Atualmente é muito usada na Austrália, para vinhos de consumo rápido. Para vinhos premium, a rolha de cortiça natural é a preferida. A China, que tem forte influência francesa no quesito vinho, também prefere rolhas de cortiça natural.

Fonte das informações: palestra com o Grupo Amorim, ministrada no IFRS campus Bento Gonçalves

sábado, 5 de novembro de 2011

A Origem da Rolha de Cortiça - Parte I

                    O uso da cortiça, como a maioria das grandes descobertas, aconteceu por acaso. Grandes rolhas de cortiça eram usadas na antiguidade para fechar as ânforas de vinho. O monge Dom Pérignon, no século XVII, conseguiu manter as bolhas do Champagne ao utilizar rolhas de cortiça em vez das tampas de madeira e cânhamo usadas na sua época.
                    O sobreiro, árvore cuja casca é a cortiça, nasce em florestas espontâneas na Europa mediterrânea e na costa norte da África. Portugal é o maior produtor mundial. A primeira extração da casca dos sobreiros acontece quando a planta atinge cerca de 25 anos, mas o material extraído ainda não é adequado para as rolhas para vinho. Há uma segunda extração alguns anos depois, mas somente aos 40 anos a cortiça extraída pode ser utilizada em rolhas, pois neste momento a elasticidade e a umidade da casca de cortiça terão as características ideais.
                    É claro que o material das primeiras retiradas não é desperdiçado: há um enorme mercado para a cortiça, incluindo revestimentos na construção civil e peças automotivas.

Fonte das informações: palestra com o Grupo Amorim, ministrada no IFRS campus Bento Gonçalves

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

La Vie en Rose...

                     Reunião da Confraria Feminina do Espumante e do Vinho do Vale do Sinos (COFEV) é garantia de sucesso pelo simples fato de estarmos reunidas. A confreira Marcia Praxedes abriu sua linda casa, decorada com muitas orquídeas em flor, para esse encontro. Marcia teve o auxílio da ex-confreira Maria de Lourdes Milan, nutricionista, e do marido para nos surpreender com um delicioso salmão com alcaparras e batatas noisette, mais salada de folhas coloridas. Na recepção, torradinhas com patê de queijos, grissinis bem fininhos e biscoito de fibras, saudável e delicioso!


                    Para a degustação, nesse mês cor de rosa, escolhemos como tema espumantes rosés. Começamos com o Dall Pizzol Brut Rosé, elaborado pelo método Charmat Longo, a partir de vinho base de Pinot Noir e Chardonnay. O corte é realizado antes da fermentação alcoólica, para gerar uma coloração mais estável e para que os aromas sejam ressaltados. Possui linda cor rosado cereja, perlage intensa e duradoura.
                    O próximo espumante foi o Conde de Foulcaud Rosé Brut, com excelente relação custo/benefício. Elaborado pelo método Charmat, a partir das uvas Merlot, Pinotage e Cabernet Franc vinificadas em rosado, com rápido contato do mosto com as cascas, tem uma tonalidade rosa claro nítida e perlage abundante e persistente. Aroma frutado, acidez equilibrada e frescor dão vida a esse espumante. (Eu já havia degustado e postado sobre esse espumante aqui)
                    Na sequência, foi a vez do Vallontano Rosé. Com um corte tradicional de Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico, é delicado, com coloração rosa com reflexos amarelados, perlage intensa e persistente, frutado e elegante.


                    Produzido pelo método tradicional de segunda fermentação em garrafa, o espumante Pizzato deu sequência à degustação. Um interessante corte das uvas Merlot e Pinot Noir, com cor salmão, perlage perfeita, abundante e persistente. Aromas muito interessantes de especiarias, nozes e passas. Os aromas da Merlot se fazem muito presentes. Sem dúvida o melhor da noite.
                    Para finalizar a degustação de vinhos e poder partir para a degustação de salmão (!) servimos o espumante Miolo Cuvée Tradition Brut Rosé, também elaborado pelo método tradicional (champenoise). A rainha das uvas brancas, Chardonnay, acompanhada de Pinot Noir e de Merlot, deixa as súditas a seus pés. Linda cor rosada, com reflexos de amarelo, perlage fininho e persistente. Passa cerca de seis meses sobre as leveduras após a segunda fermentação, adquirindo grande complexidade e fineza aromática. (Eu já havia degustado e postado sobre esse espumante aqui)


                    Jantamos, cada uma saboreando seu espumante favorito. Para coroar a noite, sobremesa de Morangos com Ganache, delicados, femininos e deliciosos como nossa noite!

sábado, 22 de outubro de 2011

22 de outubro, dia do Enólogo!

                       Parabéns para todos nós, enólogos e enólogas. Uma profissão desafiante e linda, onde nenhum dia é igual ao outro. Cuidar das vinhas, cuidar do vinho. O ciclo repetido a cada ano. A esperança na linha do horizonte. O medo do clima. A satisfação na taça. Indescritível. Só sendo para saber...  


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Merlot Laura Hartwig


                    Muito especial o Merlot Laura Hartwig, que fez parte da degustação horizontal às cegas da última reunião da COFEV. Tanto que merece um post exclusivo. A Viña Boutique Laura Hartwig é uma empresa familiar e fica no Valle de Colchagua, no coração vinhateiro do Chile, região próxima à capital Santigo. Busca a excelência nos vinhos que produz, traduzida em sua vocação enogastronômica. O clima do Valle de Colchagua permite a expressão do potencial das uvas, devido à característica climática de amplitude térmica e aos ares do Oceano Pacífico. O vinhedo do Merlot que deu origem a este vinho tem diferenciais interessantes: tem 22 anos de idade e foi plantado em pé-franco, ou seja, sem enxertos. O terroir do Chile permite esse tipo de cultivo, por ser um local praticamente imune a doenças, em função do isolamento proporcionado pela Cordilhira dos Andes e pelo Pacífico. 
                    Os rótulos com visual retrô levam a figura da própria Laura, que herdou de seu pai, em 1966, as terras onde hoje situam-se os vinhedos. Após morar por vários anos fora do Chile, o casal Hartwig-Carte retornou com conhecimento em vinhos e desejo de fazer disso um empreendimento.
                    As uvas colhidas manualmente chegaram até a vinícola em caixas de 5 Kg. Após suavemente desengaçadas, sofreram maceração pré-fermentativa em tanques de ação inox. Fermentou com temperatura controlada por cerca de 12 dias e houve maceração pós-fermentativa por 10 dias. Não necessitou de estabilização por frio, nem de afinamentos. 90% do volume foi envelhecido em barricas francesas por um ano. Obteve um teor de açúcar residual de 3,4 g/L, acidez total de 5,06 g/L (em ácido tartárico), pH 3,68 e 14,5% de álcool v/v.
                    Todo esse cuidado resulta em um vinho decidido, potente, aveludado, de coloração vermelho rubi profundo, com impressionantes reflexos que chegam a ser pretos, aroma de cerejas secas, tem grande estrutura e paladar envolvente. Foram produzidas 1.150 caixas deste vinho na safra 2008. Para nosso deleite...

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Pluviômetro, simples e muito útil



                O pluviômetro é um equipamento muito simples e muito útil no manejo dos vinhedos e de outras culturas. Deve ser instalado a uma altura mínima de um metro, de modo que não haja respingos que incrementem a medida. As duas primeiras fotos foram clicadas pela minha cunhada Adriane Muraro Venturini, que recentemente participou de uma missão técnica de produtores de suco de uva para a região de Finger Lakes/NY, nos Estados Unidos. O segundo está colocado no chão, não sendo esse o melhor lugar. 
               Ao caracterizar o regime de chuvas de um local, podemos verificar a real necessidade de tratamentos fitossanitários e quando é necessário irrigar. Para o cultivo orgânico e a produção integrada é fundamental o controle da pluviosidade, pois há o monitoramento das plantas e os produtos de defesa são aplicados conforme a necessidade e não somente pelo calendário. Há um site muito útil o Agritempo que dá uma série de informações sobre estiagem, condições de manejo e condições para tratamento fitossanitário, entre outras.
               Na foto abaixo, o pluviômetro que adquiri e instalei próximo da minha casa. É da marca Incoterm e custou apenas R$ 12,00. Está desde o final de agosto medindo a quantidade de chuva. De 28 a 31 de agosto a precipitação pluviométrica foi de 84 mm; de 01 a 30 de setembro, 49 mm e no dia 01 de outubro, 46 mm, com direito a granizo. Felizmente as videiras não foram afetadas pelas pedras.


               De acordo com a tradição popular, se chover no dia 29 de setembro, dia de São Miguel, a primavera será chuvosa. Como o contrário também procede, esperamos seca para esta estação. Vamos observar!


terça-feira, 4 de outubro de 2011

Mais aníver, mais vinho!

               Desta vez o aníver foi da nossa afilhada Sofia. Uma linda estudante de Medicina, completando 20 anos. Aqueles almoços típicos de família italiana: quase 40 pessoas, todas falando ao mesmo tempo, mais tortéi, galeto, maionese, saladas... e vinho, claro. Mais uma vez a série Estilo da Santa Colina se fez presente, com o Tannat 2009 e o Chardonnay 2010.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Mais aníver, mais vinho!

           Desta vez o aníver foi da minha cunhada Adriane, em Flores da Cunha. De recente viagem técnica aos Estados Unidos, na região de Finger Lakes/NY, ela trouxe novidades no cultivo de uvas para suco e alguns vinhos e sucos para provarmos. O almoço caseiro preparado pela minha sogra foi delicioso, bem comida de 'mãe': bife à milanesa, tortéi com molho de frango (que tento imitar mas não consigo), maionese de batatas com azeitonas e salada verde. Um Fox Run Chardonnay 2008, fresco e delicado. O que achei mais interessante é o fato dos rótulo explicitar bem o teor de açúcar do vinho, de seco a doce. E também os dizeres legais sobre os riscos que as bebidas alcoólicas podem causar, bem mais específicos que os brasileiros 'Beba com moderação' (para vinhos até 13% v/v), 'Evite o consumo excessivo de álcool' (para vinhos com mais de 13,1% v/v) e 'Proibido para menores de 18 anos'.




domingo, 2 de outubro de 2011

Plantas de Cobertura - Ervilhaca em Vinhedo de Niágara

                   A ervilhaca é uma leguminosa, utilizada como cobertura de solo de inverno. Deve ser semeada em meados de março. Nestas fotos (22/09/2011), a ervilhaca ainda está com flores, pois foi semeada com atraso, em 27 de abril de 2011. O ideal seria realizar uma roçada, mas como quero sementes para o próximo ano, apenas pisoteio ao redor de cada videira para liberar o espaço. Claro que este é um vinhedo experimental, com aproximadamente 850 plantas, então o trabalho é menor. O uso de leguminosas é benéfico pois tratam-se de plantas fixadoras do nitrigênio atmosférico, através de bactérias simbióticas nas suas raízes. O nitrogênio é imobilizado e após a morte da planta, retorna ao solo como adubo. Além disso, a cobertura de solo ajuda a manter a temperatura do solo, evita a erosão, recicla nutrientes, cria espaço para uma microfauna benéfica de insetos e, se semeada nas épocas certas, evita o trabalho da roçada, pois a planta termina seu ciclo e seca. A reparar nessas fotos que são duas espécies diferentes do mesmo gênero Vica: uma tem flores roxas em forma de cacho e a outra (que predomina) tem flores em dois tons de cor de rosa. Eu havia semeado a primeira em outro vinhedo próximo nos anos anteriores e o vento e os pássaros devem ter feito o resto do trabalho.



sábado, 1 de outubro de 2011

OUTUBRO ROSA

              
                Como vocês já notaram, meu blog está cor de rosa! É para que eu possa me engajar na campanha do OUTUBRO ROSA.
                Outubro é o mês da prevenção do Câncer de Mama. Você, mulher, já fez sua consulta ao ginecologista e sua mamografia este ano? Eu consultei com a Dra. Rosita na semana passada e minha mamografia já está agendada.
               A prevenção é o melhor remédio! Lembre que a porcentagem de cura é proporcionalmente maior quanto antes diagnosticamos as doenças. E que o ginecologista é seu melhor amigo nesse aspcto da vida! Cuide-se e um bom outubro rosa para todos.

(dia primeiro de novembro as cores originais do blog voltam)

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Degustação às Cegas na Confraria

                Com degustação conduzida por mim, apoio da nossa presidente Rosely, antepasto preparado pela Márcia e cozinha a cargo da Nica, mais uma deliciosa reunião da COFEV aconteceu na última quarta na Perbacco, em Novo Hamburgo. A ideia era fazer uma degustação horizontal às cegas de Merlot, safra 2008. 

                      

                Para as boas vindas servimos o espumante Muraro Brut, elaborado na Serra Gaúcha, com uvas Chardonnay e Riesling Itálico, fresco e vivo, ideal para aquecer a conversa e acompanhar as pastas de Tomate Seco e de Queijo servidas com torradas, feitas pela confreira Márcia.  
                Com o apoio de uma ficha elaborada por mim especialmente para a confraria, degustamos três vinhos, com diferentes procedências e preços. Somente após o término da degustação é que os nomes dos vinhos foram revelados. 
               O primeiro foi o vinho Muraro Merlot, produzido e engarrafado em Flores da Cunha, com uvas da Serra Gaúcha. Um vinho mais leve, que torna-se apropriado para o consumo no dia a dia, pois tem um excelente custo benefício. O segundo foi o Dal Pizzol Merlot, produzido em Bento Gonçalves, com uvas de Bagé; de aroma mais nítido, de café, pão torrado. O terceiro foi o chileno Laura Hartwig, produzido no Vale de Colchagua. De aroma muito fino, caramelado, muita maciez em boca. Um vinho de preço mais elevado, para uma experiência sensorial mais intensa. 


                   Os três vinhos harmonizaram muito bem com o Arroz Primavera da Nica, que tem como ingredientes legumes multicoloridos e frango. A sobremesa também foi muito primaveril, morangos com nata batida. Tudo para harmonizar com a nova estação florida e cheirosa (cheia de alegrias e alergias).


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Vinhedo de Niágara Rosada em Espaldeira

                          Escolhi uma planta, que semanalmente vou fotografar e postar, para que possamos acompanhar o crescimento e o desenvolvimento de acordo com a tabela Eichorn-Lorenz, que descreve 50 estágios do desenvolvimento da videira. Esse vinhedo foi implantado há um ano, com mudas enxertadas no 1103 Paulsen. A poda seca foi realizada no dia 13/09/2011 e utilizei amarrilhos plásticos para amarrar os braços. Foto do dia 22/09/2011.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Aníver da Fran com Vinhos Perini

Aniversário de enológa é certeza de muito vinho. Nos reunimos na casa da Fran, em Nova Milano, para comemorar. Como ela está estagiando na Vinícola Perini, os vinhos tinham que ser de lá. Começamos com Bruschettas de Tomate e Berinjela acompanhadas do Osaka 'Sushi Wine', vinho para culinária japonesa, das cultivares Merlot e Cabernet Franc, vinificadas em rosado. Um vinho com uma acidez mais pronunciada e um toque de gás carbônico, delicado e agradável, com uma linda cor.


Depois, Massa Carbonara (uma das minhas preferidas...), Risoto de Frango com Gorgonzola e Frango na Panela, em fogão a lenha, acompanhados pelo vinho Perini Marselan safra 2008.


A sobremesa foi um espetáculo à parte, não sei como se chama, mas era maravilhosa! Bananas, mumu, chantilly, biscoitos moídos... e espumante brut Casa Perini (de Chardonnay e Riesling Itálico), que de doce bastou nossa tarde.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Vinhos Salton e Chef Rafael na Confraria

A cozinha sofisticada do chef Rafael Zechin mais o conhecimento e o humor refinado do sommelier Vinícius Santigo mais amigas queridas só pode ser igual a uma noite maravilhosa! Eu sentia muita saudade da confraria, muitos compromissos com o final do curso de enologia me afastaram das reuniões, mas meu coração estava sempre por lá. Foi uma alegria poder voltar!
Começamos a noite com espumante de boas vindas Prosecco Salton safra 2011, delicado e agradável. Para harmonizar com a entrada 'Tomate com Crosta Crocante, Crisp de Presunto de Parma, Molho de Iogurte e Mostarda Dijon', degustamos o espumante Salton 100 anos Nature (70% Pinot Noir e 30% Chardonnay) elaborado pelo método tradicional de segunda fermentação em garrafa.



O primeiro prato foi 'Risotto de Aspargos Frescos, Queijo Gorgonzola e Manteiga Trufada', harmonizado com o vinho Salton Volpi Sauvignon Blanc, com acidez na medida para equilibrar o prato. Um dos descritores aromáticos do Sauvignon Blanc é aspargo, fazendo a escolha muito adequada.



O segundo prato foi 'Carré de Cordeiro com Purê de Batata Baroa, Farofa e Geléia de Pimenta', perfeito para o vinho Salton Desejo Merlot, que passa por barricas de carvalho francês e americano.


 A sobremesa 'Flognarde de Frutas Vermelhas' foi uma surpresa deliciosa! As frutas pedaçudas com uma crosta dourada... servida quente, recém saída do forno e caramelizada com maçarico. Companhia ideal para o vinho Salton Intenso, licoroso e dourado elaborado com uvas Chardonnay.



Uma das receitas da felicidade: amigas, vinho e boa mesa!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Plantas de Cobertura - Nabo Forrageiro


              Em passeio pelo roteiro 'Caminhos de Pedra', entre Bento Gonçalves e Pinto Bandeira, na Serra Gaúcha, me deparei com esse exemplo perfeito de uso de plantas de cobertura de solo em vinhedos. Aqui o nabo forrageiro foi utilizado solteiro, ou seja, como única cobertura. O nabo forrageiro é uma crucífera, chamada assim por ter as flores em formato de cruz, com raízes pivotantes agressivas, poderoso para descompactar e arejar o solo e reciclar nutrientes das camadas mais profundas. É um cultivo de inverno, que pode completar seu ciclo, produzindo sementes, ou ser derrubado ou dessecado. Repare também a condução caprichosa em latada, que recebeu manejo do dossel para melhorar a insolação dos cachos.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Análise Sensorial IV - Bebidas Destiladas

               Aula livre! 'Assaltamos' o armário das bebidas apreendidas por descaminho (que fica devidamente fechado com cadeado) para fazer uma degustação didática de destilados. Degustamos tequila envelhecida José Cuervo, 38% v/v (México); rum Captain Morgan, 40% v/v (Jamaica); brandy de Jerez Fundador Pedro Domecq, 40% v/v (Espanha); whisky Johnnie Walker Red Label (Escócia); licor de whisky Drambuie (uma das coisas mais deliciosas que já provei em toda minha vida, sem exagero...), 40% v/v (Escócia) e vodka Stolichnaya, 40% v/v (Rússia). Em breve postagem sobre cada um destes destilados individualmente. Acho que vale a pena para mim, que recordo as aulas de Derivados, da profe Larissa, e para quem lê é interessante conhecer.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Sapato de noiva no vinhedo e uma longa ausência...


Essa foto me inspirou a voltar a escrever, depois de muito tempo. Tenho muito assunto e lindas fotos, mas problemas com conexão, viagem e férias dos filhotes adiaram meus planos de postar. Para ver a postagem completa desse lindo casamento na Vinícola Laurentia, clique aqui e visite o Portal Casamenteiras.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Vinho de Domingo

              Interessante o vinho Villa de Vinhas, um rosé de Cabernet Sauvignon produzido em Antônio Prado pela Vinícola Zanella. Com 13% de álcool, tem uma maciez em boca e é persistente. Bom corpo para um rosado, com bela cor. Lindo rótulo, moderno e diferente, com cachos estilizados.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Análise Sensorial IV - Defeitos do Vinho

                                           Faz parte do trabalho do enólogo identificar possíveis defeitos nos vinhos, para providenciar correções ou descartes. Há fichas específicas para este fim, onde constam itens como oxidação, podridão e erros de manipulação. Os defeitos mais comuns são a acidez volátil elevada e o excesso de anidrido sulfuroso. Também é frequente o 'gosto a rolha' (tricloroanisol) e o odor a estábulo (Brettanomyces).




quarta-feira, 15 de junho de 2011

Análise Sensorial IV - Chardonnay

 Mais uma degustação, desta vez de vinhos 100% Chardonnay.

1) Almadén, safra 2010, tampa screw cap, produzido e engarrafado em Santana do Livramento. A Almadén teve origem na Califórnia, em 1852  e desde 1973 tem sede no Brasil, na Campanha Gaúcha.


2) Los Nevados, safra 2008, rolha sintética, produzido em Mendoza, Argentina.


3) Miolo Reserva, safra 2009, rolha de cortiça, produzido com uvas da Campanha, uma parcela do vinho é fermentada em barricas de carvalho.


4) Lovara, safra 2010, rolha sintética. Produzido e engarrafado na Serra Gaúcha, rótulo muito expressivo, em aquarela.


5) Dádivas, safra 2010, rolha de cortiça, Lidio Carraro. Vinificado no Vale dos Vinhedos, com uvas de Encruzilhada do Sul.


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Noite de Queijos e Vinhos


               Uma noite muito fria... ótima para beber bons vinhos e curtir um clima romântico. A II Noite de Queijos e Vinhos da Sociedade de Canto União em Estância Velha, em comemoração ao Dia dos Namorados, foi um sucesso absoluto. Servimos vinhos Cabernet Sauvignon e Merlot, diretamente das barricas, além de suco de uva. A média de consumo foi de 500 mL de vinho por pessoa! Perfeito para subir a média de consumo per capita no Brasil.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Visita Técnica - Piagentini

              Em visita técnica da disciplina de Derivados da Uva e do Vinho, estivemos na Companhia Piagentini de Bebidas e Alimentos, em Caxias do Sul, tradicional na fabricação de sidra. Há cerca de dez anos, com a chegada do enólogo uruguaio Alejandro Cardoso, a vinificação de vinhos e espumantes finos foi ganhando força. Alejandro usa tecnologias inovadoras para obter vinho de qualidade superior.
Uma das grandes novidades são os testes com leveduras encapsuladas para espumante método tradicional, que facilitam muito a sedimentação das borras, eliminando o remuage. A foto abaixo mostra as cápsulas que contem as leveduras.


Degustamos alguns espumantes:
1) Prosecco Brut 2011
2) Boutiq Brut Branco, não safrado, Chardonnay, Riesling e Viognier. Vinho base embarricado, tomada de espuma pelo método Charmat
3) Boutiq Brut Rosé, não safrado, Riesling (60%) e Pinot Noir (40%), também pelo método Charmat. Esses espumantes tinham rótulos com a figura do Pão de Açúcar, produtos em série especial para o Rio de Janeiro
4) Espumante Brut com levedura encapsulada, Chardonnay e Viognier, desde dezembro de 2008 sobre as leveduras, ainda não está no mercado.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Vinho de Domingo


            Muito bom o vinho Merlot safra 2008, vinificado pelo colega André Larentis, do Villagio Larentis, Vale dos Vinhedos, Bento Gonçalves -RS. Acompanhou um assado de lombo de porco e maionese de batata, harmonizando perfeitamente. Uma visita na vinícola é uma ótima ideia, atendimento familiar e vinhedos com capricho de encher os olhos...

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Análise Sensorial IV - Vinho Branco Espumante Natural Nature

           Continuando com as degustações didáticas de espumantes, avaliamos vinhos produzidos experimentalmente pelos colegas Felício, da Vinícola San Marco, de Garibaldi e Iriane, da Vinícola Casa Garcia, de Carlos Barbosa. Foram produzidos pelo método tradicional, com segunda fermentação na garrafa. São experimentos e não serão comercializados, pelo menos por enquanto. O vinho branco espumante natural nature tem, pela legislação brasileira, açúcar residual inferior a 3 g/L, que provem exclusivamente do vinho base. Não é utilizado licor de expedição. As garrafas, após o degorgement, são completadas apenas com vinho espumante de outra garrafa do mesmo lote.


1) vinho base Malvasia de Cândia, colhida com 19ºBabo, vinificado sem chaptalização. Está há três anos sobre borras, o aroma varietal já se perdeu, acidez baixa, agradável, macio em boca. (Felício)

2) vinho base Chardonnay 38%, Chardonnay embarricado 24%, Pinot Noir 38%. A este vinho base foram adicionados dois tipos de licor de tiragem (que é a mistura que provoca a refermentação), cada um com um clone de levedura diferente, mantidos em segredo comercial. Ficaram sobre borras por 3 meses e o degorgement foi realizado em outubro de 2010. (Iriane)

Experiência muito interessante, já provei nature comerciais, são produtos em geral finos, encorpados e macios. Os colegas tem futuro promissor como vinicultores de espumante!

domingo, 22 de maio de 2011

Análise Sensorial IV - espumante rosé

Uma degustação cor de rosa: só podia ser de um grupo de gurias: o meu! Eu, Fran, Caline e Fernanda escolhemos o tema "espumante brut rosé" e selecionamos amostras de método Charmat e método tradicional, todas com origem no Brasil.  


1) Terranova Rosé de Noirs Vinho Espumante Natural Brut Rosado, método Charmat, de uva Grenache. Vinificado na origem, em Casa Nova na Bahia, pela Vinícola Ouro Verde do Miolo Wine Group. A região possui plena insolação, ideal para o cultivo e a plena maturação desta casta. É uma uva tinta vinificada em rosado (Rosé de Noirs). Surpreendeu pela linda cor e aromas florais intensos. Muito delicado.


2) Conde de Foucauld Vinho Rosé Espumante Natural Brut, método Charmat, de uvas Merlot, Pinotage e Cabernet Franc. Bento Gonçalves - RS. Excelente custo-benefício para um espumante delicado e aromático, com linda cor rosa claro.


3) Casa Valduga Premium Blush Vinho Espumante Natural Brut Rosé safra 2006, método tradicional, de uvas Chardonnay (50%) e Pinot Noir (50%), Bento Gonçalves - RS. A cor já tinha perdido seu charme e os aromas estavam em declínio. Uma pena, pois minha expectativa neste vinho era grande. Vou urgente provar uma safra mais nova, para tirar a má impressão, os produtos Casa Valduga em geral são de excelente qualidade.


4) Miolo Cuvée Tradition Vinho Espumante Natural Brut Rosado, método tradicional, de uvas Chardonnay e Pinot Noir, Bento Gonçalves - RS. Envelhece por 12 meses. Muito fino, com a cremosidade das leveduras e a classe dos aromas do método tradicional. Linda cor clarete.