quarta-feira, 30 de março de 2011

Nossa Senhora das Uvas

          Navegando sem compromisso pelos sites de que gosto, achei essa foto no blog da Alexandra Corvo. Linda! É da fachada de uma vinícola portuguesa.


          E essa é de um quadro que tenho em casa, uma reprodução que ganhei de minha cunhada.


          Nossa Senhora das Uvas, abençoe nossas safras!

segunda-feira, 28 de março de 2011

Alphonse Lavallée


          Aproveitei uma aula prática (dia 09/03/11) no Vale dos Vinhedos para fotografar a uva de mesa  tinta Alphonse Lavallée em cultivo protegido. É tardia, amadurecendo na segunda quinzena de março. Sensível à antracnose a ao míldio e resistente às podridões e ao oídio (adequada, portanto, ao cultivo protegido). Produtividade de 15 a 20 T/ha. É resistente ao transporte, com cachos médios a grandes, pesando entre 400 e 600g. Polpa firme, sabor neutro, levemente adstringente.
(fonte: Produção de Uvas para Vinho, Suco e Mesa. Eduardo Giovannini, 2008)

sexta-feira, 25 de março de 2011

Mais vinhos! Análise Sensorial IV

          Para começar os exercícios da Análise Sensorial IV, degustamos alguns vinhos já mais velhos (lembrando que muitas aulas são baseadas no que há disponível no IFRS, geralmente apreensões da Receita Federal). Comparamos dois Cabernet Sauvignon do mesmo produtor, Finca Flichman, de safras diferentes, 2001 e 2002. O vinho Aberdeen Angus 2001 ainda mantinha aromas tostados, de compotas, mas havia um amargor pronunciado. Já o Aberdeen Angus 2002 apresentava taninos macios e estava ainda agradável.


          Do mesmo produtor, o Syrah 2002 Caballero de la Cepa. De cor vermelho granada, com aromas de geleia de morango e tostados, acidez equilibrada, taninos macios, agradável, com boa persistência. Carvalho bem marcado em boca. Os três vinhos com 14,5% v/v de álcool.


          Mais um Syrah, desta vez da Trivento, também argentina. Apesar de ser da safra 2000, somente a cor granada denunciava a idade. Aromas de geleia de morango e baunilha, bem fáceis de sentir. Em boca, taninos doces e acidez equilibrada. Álcool mais equilibrado: 12,6% v/v. Pessoalmente, prefiro vinhos com teor alcoólico deste patamar.


          E o último foi um Marsala Vecchioflorio Riserva Vendemmia 1991, 19% v/v de álcool. Vinho de sobremesa italiano, meio-seco, elaborado com as uvas autóctones brancas Grillo e Cataratto. Foi envelhecido por 6 anos em barris de carvalho. Foi engarrafado em 1999. Coloração âmbar, aromas de mel, calda de caramelo e compotas; em boca damasco, mel, adocicado, com acidez equilibrada. Uma experiência muito interessante.


quinta-feira, 24 de março de 2011

Prática Enológica - parte II

Continuando com notícias da Prática Enológica!
Vinho descubado (descubar é tirar o líquido da parte sólida, o bagaço) com densidade média de 1018. Poderia ter macerado mais, até 1005, 1000, pois a uva estava com boa qualidade. Como era sexta-feira de Carnaval e teríamos o feriadão pela frente, escola fechada, alunos trabalhando em suas próprias vinícolas ou em seus estágios (é sério, para ser enólogo não pode se importar de trabalhar no Carnaval. Do contrário, vá escolher outra profissão!), a descuba foi antecipada. 
No retorno do feriadão, continuamos monitorando, com análises físico-químicas o andamento da fermentação alcoólica. Colocamos válvulas nos 'tanques' para que não haja entrada de oxigênio, prejudicial nessa fase. No momento ocorre a fermentação maloláctica*; aguardamos o término desta para as demais ações nesse experimento. 
* Fermentação Maloláctica: o ácido málico presente no vinho é metabolizado por bactérias em ácido láctico. Esse processo, que geralmente ocorre sem ser induzido, aumenta a estabilidade microbiológica do vinho através da diminuição da acidez, deixando o vinho mais agradável. Pode ser monitorada através de cromatografia em papel e pela análise sensorial, observando a presença de borbulhas mínimas na taça e avaliando a acidez em boca.

domingo, 6 de março de 2011

Vinhos das Férias


          Nessas férias, que já terminaram há algum tempo, bebi muita quantidade de vinho, mas poucos tipos. Meu vinho preferido para curtir um almoço em família, com aquela comidinha típica italiana da minha casa, e também da casa dos meus sogros e dos meus pais, é um vinho de mesa branco. Da nossa marca Muraro, um corte de uvas Niágara e outras que meu sogro não revela, mas que eu sei que inclui viníferas. Leve, fresco, delicado, foi a escolha para as refeições na praia e também foi servido com sucesso para as visitas que chegaram para happy hour.


          Esta foto acima é a vista da minha janela da sala, que escolhi de fundo para fotografar a taça de Carmenére, também produção nossa, que aguarda registro do Ministério da Agricultura para ser colocado à venda, pois está pronto e maravilhoso. Denso, alcoólico, aroma de rosas, violetas, pimentas, harmonizou muito bem com o estrogonofe de costela que meu marido preparou.

          Também degustei um rosé de Marselan e Cabernet Sauvignon, o Corte V da Viapiana Vinhos e Vinhedos. Surpreendeu positivamente, linda cor cereja claro, com aroma de morangos. Perfeitamente harmonizado com casquinha de siri, uma salada maravilhosa e coloridíssima, que incluia todos os vegetais crus imagináveis e até morangos e um peixe delicado, com molho de requeijão e creme de leite. Esse jantar maravilhoso foi preparado pelos tios de meu marido, Eliane e Aldo, que nos recepcionaram para o jantar em seu apartamento de Torres.

sábado, 5 de março de 2011

Prática Enológica - parte I


          A disciplina mais esperada do curso chegou! A Prática Enológica é onde os conhecimentos são testados, uma vez que recebemos uma quantidade de uva no início do semestre e temos que apresentar um vinho no final. O professor funciona como um consultor, a quem podemos recorrer em caso de dúvida. Durante essa semana, de 28/02 (dia do meu aníver, quando trabalhei até às 20h) a 04/03, passamos cuidando do experimento com carinho.  


          As uvas Cabernet Sauvignon chegaram da Granja do IF-RS em caixas plásticas (timbradas com o antigo nome da instituição, EAF-BG, Escola Agrotécnica Federal). São plantas conduzidas em espaldeira, enxertadas em 1103 Paulsen. A colheita, prevista para depois do Carnaval, foi antecipada devido à previsão de chuva (que não se concretizou). A matéria prima contava com uma sanidade bastante boa e foi deitada no lagar e desengaçada e esmagada por uma desengaçadeira-esmagadeira horizontal, marca Vaslin Bücher.


          A cantina do Instituto foi projetada para trabalhar aproveitando a gravidade, com o recebimento da uva na parte superior, o processamento na parte intermediária e a fermentação, amadurecimento e expedição na inferior. O laboratório de análises também fica no piso superior. Dividimos o mosto entre os grupos, para três repetições cada da microvinificação. Um dos objetivos é testar diferentes empregos de ativantes de fermentação.


          Usamos esses tanques de polipropileno, mais fáceis de manusear para experimentos. Ficaram em sala climatizada , no subsolo da cantina.  Continua nos próximos posts...