A história da viticultura na Campanha Gaúcha remete ao início do século XIX, quando açorianos colonizaram a Ilha dos Marinheiros, em Rio Grande e trouxeram mudas da cultivar Vitis labrusca Isabel para cultivo doméstico. Ainda na primeira metade do século XIX, Thomas Messiter obteve mudas da mesma cultivar importadas dos Estados Unidos, para cultivo comercial. Na segunda metade do século XIX, colonos franceses se estabeleceram em Pelotas, cultivando grandes parreirais das cultivares Concord (muito usada em sucos) e Isabel. A partir da primeira metade do século XX, o cultivo de uvas entra em decadência na região.
Na década de 1970, o agronômo Onofre Pimentel começou a prospectar áreas propícias à produção de uvas viníferas naquela região, tida então como de limitada vocação vitícola. Onofre foi tido na época como um visionário, ousando garimpar terras para o cultivo da videira onde a maioria achava que elas não pudessem existir: para além da Serra Gaúcha.
A partir de estudos do Exército Brasileiro e de visitas frequentes à região, indicou o município de Pinheiro Machado para a implantação do vinhedo da Companhia Vinícola Riograndense. Ele também foi o primeiro a implantar vinhedos no sistema de condução em espaldeira, quebrando a ditadura do sistema latada. As primeiras variedades cultivadas foram Cabernet Franc, Riesling Itálico e Malvasia de Cândia, no vinhedo San Felício, que hoje pertence à empresa Terrasul, de Flores da Cunha.
Onofre Pimentel morreu em 2008, quando já se constatava o acerto de suas idéias inovadoras. Esse foi o ponto de partida para um quadro que hoje é de completo entusiasmo pelo terroir da Campanha Gaúcha. A presença da Almadén (recentemente adquirida pelo Miolo Wine Group) em Santana do Livramento na década de 1980, desencadeou o surgimento de vinhedos por toda a região.
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