segunda-feira, 4 de abril de 2011

Pássaro Negro (parte II)

          No Chile, o Merlot pode não ser autêntico. Muitos vinhos chilenos rotulados de Merlot revelaram-se, após testes científicos, como Carmenére, variedade que outrora foi bem conhecida em Bordeaux e que agora está, lá, praticamente extinta. Na região da Toscana, na Itália, o Merlot é usado em pequenas quantidades em cortes com a Sangiovese, para preparar o Chianti contemporâneo e também em quantidades restritas nos Supertoscanos. Ainda na Itália, na região de Tre Venezie (Friuli-Venezia Giulia, Alto Adige Trentino e Vêneto), o Merlot é a uva mais plantada, produzindo vinhos de qualidade variada.
          Os principais locais mundiais de cultivo são: nos Estados Unidos, a Califórnia, Long Island (NY), Virginia e Washington; no Chile; na França a região de Bordeaux e no Languedoc-Roussillion. Também há excelente qualidade na Nova Zelândia. 


          Na China, país com a maior população do planeta, o cultivo de uvas, inclusive da Merlot, já é uma realidade. O vinho é um dos símbolos da ocidentalização, e a taxa de consumo aumenta 15% ao ano. A primeira vinícola moderna em estilo ocidental foi estabelecida em 1980. 
          É uma variedade de excelente adaptação às condições de clima e solo do sul do Brasil. Seu vinho tinto é fino, de grande qualidade, favorecendo-se de um envelhecimento não muito prolongado. Nas condições da região Sul, a produtividade média deixa a desejar, pois os vinhedos, em sua maioria, sofrem com infestações virais. Está sendo estudado como o vinho fino típico do Brasil. É a variedade fina tinta mais cultivada no Rio Grande do Sul, com 30,58% de participação (dados de 2002).


          É característica dos países do Novo Mundo a opção pelos vinhos varietais. Cada país escolhe, de acordo com suas aptidões, sua cultivar emblemática. Malbec na Argentina, Carmenére no Chile, Tannat no Uruguai, Syrah na Austrália, Pinotage na África do Sul, Zinfandel na Nova Zelândia. No Brasil, a cultivar Merlot tem várias características que podem fazê-la a nossa uva emblemática. É perfeitamente adaptada ao clima, em função de sua maturação mais precoce. Tem resultado em excelentes vinhos, tanto no Rio Grande do Sul quanto em Santa Catarina.
 
(trabalho apresentado na disciplina de Análise Sensorial III, para obter a bibliografia, deixe um comentário que envio por e-mail)

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