quarta-feira, 6 de abril de 2011

Pássaro Negro (parte IV)

          No Brasil, a cultivar Merlot adapta-se bem no Vale dos Vinhedos porque amadurece mais cedo que o Cabernet Sauvignon, portando corre menos riscos associados às chuvas no final do período de amadurecimento. Bons vinhos Merlot já estão sendo feitos nessa região. Apesar da tecnologia atual, que pode ajudar a acelerar esse processo, ainda levará tempo para que possamos afirmar com certeza que a Merlot é a melhor uva para o Vale dos Vinhedos. Talvez conclua-se que, devido a fatores climáticos, os melhores e mais consistentes produtos elaborados nessa região serão os vinhos espumantes. Só o tempo vai nos ajudar a desvendar esse mistério. Foram necessários vários séculos para que os monges da Idade Média se certificassem de que a Pinot Noir era realmente a melhor uva para a região da Borgonha.
          Frente à intenção do Vale dos Vinhedos de tornar-se uma região de Denominação de Origem Controlada (DOC) de uva Merlot, é importante que os produtores caminhem juntos, aprendendo com as experiências de países produtores como a França, que sente-se restringida pela legislação e gradualmente busca flexibilidade para conseguir competir. Também deve-se olhar para países como a Austrália, que possui leis mais flexíveis e hoje busca maneiras de demonstrar que seus vinhos podem ser diferentes e individuais. É necessário para o sucesso que todos os produtores da região estejam de acordo, o que na prática é muito difícil. Todos deverão concordar em reduzir a escala de produção para obter um produto de boa qualidade. No momento, a legislação da DOC Vale dos Vinhedos estipula um rendimento por hectare de 150 hectolitros. Na opinião de Dirceu Vianna Júnior, para se fazer um vinho de qualidade, o rendimento deveria ser reduzido para, no máximo, 60 hectolitros por hectare.
 
(trabalho apresentado na disciplina de Análise Sensorial III, para obter as bibliografias, deixe um comentário com e-mail que envio)

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