quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Chianti contemporâneo


          Esse lindo ambiente pertence à Makrovision, loja de equipamentos de automação e home-theaters em Novo Hamburgo. Lá a COFEV reuniu-se para brindar em torno de um vinho italiano, o Chianti Gentilesco, safra 2008, da empresa Bonacchi. Trata-se de um Chianti contemporâneo, onde a uva Sangiovese é cortada com uvas internacionais, como a Merlot e a Cabernet Sauvignon.  


          Este vinho trata-se de um DOCG, que significa Denomizazione di Origine Controllata i Garantita. Existem 24 DOCG na Itália (dados de 2003). Essa denominação foi promulgada pelo governo italiano em 1980, englobando vinhos de melhor qualidade do que a DOC. A DOCG tem normas mais rígidas que a DOC. A palavra Garantita pode confundir os consumidores, pois não é a qualidade organoléptica que está garantida, e sim a obediência às normas da denominação de origem. O Chianti provem da Toscana, berço da uva Sangiovese, considerada a melhor uva da Itália. Tradicionalmente o Chianti era uma mistura de uvas tintas (Sangiovese e Canaiolo) e brancas (Malvasia e/ou Trebbiano). O objetivo de misturar uvas brancas era realçar a vivacidade, impulsionar o sabor e permitir que o vinho fosse bebido mais jovem. Isso popularizou ainda mais o Chianti, mas o corte com Trebbiano, uva neutra (usada na França para destilar e produzir cognac), desestruturou o vinho, tornando-o magro, vazio e desequilibrado. Por ocasião da II Guerra Mundial, cerca de 30% de alguns Chianti era da cultivar Trebbiano. Nessa época, devido a incentivos do governo para o desenvolvimento da agricultura, houve implantação de muitos novos vinhedos de Sangiovese, por toda a Toscana. No entanto, o clone disseminado foi inadequado, contribuindo para afetar a reputação do Chianti. No final da década de 1960, o vinho era mais conhecido pela garrafa de palha, o fiasco, do que pelo conteúdo. Atualmente, de acordo com a DOCG, o Chianti deve ter 75% de Sangiovese, até 10% de Canaiolo e os 15% restantes de outras uvas tintas, inclusive as internacionais Cabernet Sauvignon e Merlot, e passa de 6 a 8 meses em tonéis de carvalho. O resultado é um vinho fresco, frutado, ideal para acompanhar refeições.

Mapa daqui. Bibliografia consultada: A Bíblia do Vinho, Karen MacNeil, 2003.

        

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